Fibromialgia: Quando a dor não tem razão de ser
novembro 15, 2012TDAH – Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
novembro 16, 2012Todo mundo passa, durante a vida, por períodos de tristeza, angústia e desânimo que parecem que não terão fim. Nesses momentos a vida perde a cor, o sentido, a graça e tudo parece meio sem propósito. Como saber se isso é uma resposta natural aos problemas do dia-a-dia? Qual é o limite entre a oscilação natural do humor e a temida depressão?
Para entender um pouco mais sobre essa doença convidamos o Neurologista Leandro Teles para explicar as dúvidas mais frequentes sobre esse problema:
1- Quais são os sintomas mais comuns de Depressão?
R. A depressão causa tanto sintomas psíquicos (mentais) como sintomas físicos:
Sintomas Mentais: Tristeza contínua, angústia, desesperança e sentimento de culpa. O paciente perde o prazer em fazer coisas que antes lhe dava prazer. São comuns também = medo desmotivado, irritabilidade, mau humor, vontade repentina de chorar, etc.. .
Sintomas Físicos: Cansaço constante, alteração de sono (dormir muito ou dormir pouco), oscilação de peso (ganho ou perda de peso), dores de cabeça ou pelo corpo, disfunção sexual, desatenção, esquecimentos, etc.
2- Como distinguir uma tristeza normal (em resposta a um evento ruim) da Depressão?
R. Todo mundo passa por problemas na vida e tem todo o direito de ficar triste nesses momentos. Na depressão, no entanto, a resposta é totalmente desproporcional aos acontecimentos, seja em intensidade, seja em duração dos sintomas. O paciente perde o poder de reação e perde a capacidade de apreciar as coisas boas que o cercam. Os sintomas devem ser evidentes e de duração de pelo menos 2 semanas, acometendo o paciente em várias situações distintas do seu dia-a-dia. A intensidade deve ser suficiente para causar comprometimento da qualidade de vida.
3- Quais os principais tipos de Depressão?
R. A depressão pode ser dividida de diversas formas. Pela intensidade podemos dividir em depressão maior (mais intensa) e depressão menor (menos intensa). Quanto à duração podemos dividir em crônica (contínua) e episódica (em surtos). Existe depressão com mais sintomas de ansiedade, outras entremeadas com episódios de franca euforia (transtorno bipolar), algumas muito graves com psicose e ideação suicida, outras bem discretas com expressão apenas com mau humor e irritabilidade crônicas (chamamos de distimia), etc…
4- Quem tem Depressão e não trata pode desenvolver outras doenças?
R. Além de todo impacto social, escolar e profissional causado pela depressão não tratada, o paciente ainda pode desenvolver complicações clínicas. Quem sofre de depressão tem maior risco de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2, aumenta também o risco de infarto e derrames. Isso sem falar na queda de imunidade, que facilita o aparecimento de infecções e até tumores malignos. Por tudo isso o combate a doença deve ser precoce e incisivo.
5- Uma vez identificada como podemos combater a Depressão?
R. A primeira dica é procurar ajuda especializada ! Um clínico de confiança, um médico neurologista ou mesmo um psiquiatra são as melhores opções. Tentar se livrar sozinho dos sintomas é uma atitude menos efetiva, uma vez que a percepção de sintomas e o poder de reação ficam limitados pela doença.
O tratamento da depressão é feito com medicamentos, que devem ser escolhidos e personalizado caso a caso. A eficiência do medicamento é muito boa, lembrando que geralmente ele demora de 2 a 6 semanas para começar a agir, por isso deve-se ter um pouco de paciência no início.
Além do medicamento é fundamental que o paciente pratique atividades físicas, procure não se afastar de suas atividades sociais, tenha com quem conversar sobre seus problemas (com amigos, familiares ou mesmo um terapeuta), enfim…. o tratamento exige uma reprogramação dos hábitos de vidas a fim de se obter um alívio satisfatório e sustentável dos sintomas depressivos.