Problemas de memória

A MEMÓRIA está entre as principais funções do cérebro. Mas, paradoxalmente, só lembramos dela quando ela começa a falhar e nos deixar na mão.

Atualmente, cerca de 40 % da população adulta tem queixas de memória! Nosso ritmo de vida não é propício à boa memorização: alto grau de cobrança, falta de tempo, excesso de informações, privação de sono e inúmeros problemas emocionais, podem explicar, ao menos em parte, esse número elevado de insatisfeitos.

A função cerebral de fixação de informação exige uma excelente percepção, boa triagem, um adequado sistema de quantificação de relevância e organização minuciosa da informação para uma futura evocação.

Quando o sistema fica falho, surgem os brancos, lapsos, baixamos a performance social, escolar e profissional. Esquecimentos frustram, incomodam e preocupam muita gente. O maior temor é estar diante de uma doença neurológica grave ou progressiva.

Na verdade, grande parte dos problemas de memória são decorrentes de oscilações transitórias em diversos pontos dessa cadeia, motivadas por hábitos e comportamentos inadequados. Por ser uma função complexa e sequencial, ela fica sujeita a falhas, bugs e imperfeições em vários pontos do processo. As pessoas querem uma memória perfeita mas não se dedicam o suficiente para obtê-la! Dormimos mal, comemos, mal, estamos sempre fazendo inúmeras coisas ao mesmo tempo, frequentamos ambientes tumultuados, nos sobrecarregamos de informação, deixamos a cognição em piloto automático e depois exigimos um pensamento límpido, transparente e sem ruídos.

Uma boa memória exige uma vivência adequada expressa em um cérebro apto. Uma boa vivência é aquela intensa e multissensorial, com componentes emocionais e exposta por tempo adequado. Um cérebro apto é um cérebro engajado, envolvido na tarefa, concentrado, saudável e treinado.

Mesmo assim o sistema não será perfeito. Não existe memória perfeita. Vira e mexe esqueceremos de dados relevantes, lembraremos de forma parcial e inadequada algumas coisas, mas isso será uma exceção.
Além de fazer as coisas com calma e “por inteiro” sempre recomendo auxiliar seu CÉREBRO desligando o piloto automático. Avise a ele o que é IMPORTANTE, destaque (escreva, repita mentalmente, mude a entrada sensorial, enfim…). Outra ajuda é confeccionando associações mentais com as percepções que você julga serem importantes (regras, links e analogias criativas fortalecem muito uma informação inicialmente vazia).