Transtornos de Ansiedade
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setembro 28, 2015Reza a lenda que um tal de Arquimedes (uns 250 anos antes de Cristo), saiu de sua banheira e, ainda sem roupa, saiu pela rua gritando “eureka” (algo como “encontrei”, em grego). Tudo isso porque descobriu que o volume de qualquer objeto pode ser calculado pelo volume de água mobilizada quando este fica totalmente submerso. Essa ideia configura um dos princípios de Arquimedes, que o imortalizou como um dos gênios da humanidade. Bom, nem pareceu uma ideia tão complicada assim, não é verdade? Mas é isso que define uma ideia genial ! Sua simplicidade, seu ineditismo, seu alcance e sua capacidade de resolver problemas do dia-a-dia.
Quanto vale uma grande ideia? Ou pior, quanto pode custar investir em uma ideia ruim? Na verdade, uma boa ideia pode salvar uma empresa, uma família ou uma carreira inteira. Está aí seu maior bem cognitivo, sua capacidade de ter e triar suas ideias… vendê-las, aplicá-las, de modo a transformar uma estrutura mental em um bem real.
Nosso cérebro é uma grande usina de ideias… algumas boas, outras nem tanto. A arte está em direcionar os esforços mentais em prol da qualidade, não da quantidade, além da capacidade de colocar nossas fichas nas ideias certas.
Mas, o que será que determina a ocorrência de uma grande ideia, por que é tão difícil ser criativo? O cérebro humano é movido por dilemas e escolhas. Uma ideia nasce diante de uma necessidade. O cérebro percebe um problema, traça estratégias e visualiza caminhos. Ai entra em jogo um sistema sofisticado de previsão de resultados, consideramos geralmente boa a solução com menor taxa de erro. Aí nasce o primeiro problema! A grande maioria das ideias são óbvias, lógicas e caem na resolução de senso comum. Os cérebros são parecidos, as soluções seguras também, uma ideia realmente criativa é rara e por isso vale ouro, para tê-la é preciso talento, esforço e estar disposto a errar.
O que será que podemos fazer para estimular o aparecimento de ideias criativas?
- Arrisque: A criatividade cobra seu preço. Você precisa estar disposto a errar. Não dá para ter ideias geniais sem arriscar nada. A criatividade é fruto do erro cognitivo, quem pensou fora da “normalidade” é quem teve o raciocínio criativo. Isso, obviamente, eleva o risco.
- Mude o enfoque: Olhar o problema na mesma ótica irá gerar soluções segundo a lógica e o senso comum. Procure dar uma visão diferente, inédita e inovadora. Desfoque, mude o ângulo, comece o raciocínio de forma diferente. O resultado pode ser surpreendente.
- Busque analogias: Pessoas com maior bagagem cultural encontram soluções com mais facilidade. Muitas vezes aquilo já foi vivenciado e resolvido em outro contexto. Se deu certo em uma vez, pode ser adaptado e dar certo de novo. Busque respostas na natureza, na arte, na história e surpreenda-se com soluções simples e eficientes. Não se trata de copiar, mas sim de não ter que redescobrir a roda, bastando aplica-la de forma inédita.
- Não desista precocemente: Muitas ideias geniais parecem estúpidas a primeira vista. Normal que seja assim, é algo diferente, não óbvio, incomoda. Dê uma segunda, terceira, quarta chance. Não pergunte-se “porquê sim?”, e sim: “porque não?” . Supere os obstáculos, invista tempo e estratégia para tornar possível. Se fosse fácil alguém já teria feito antes, talvez.
- Pense em conceitos, não em detalhes: Olhe o conjunto, de longe, difusamente. Parta do todo para o específico. As melhores ideias são as ideias conceituais, de aplicação ampla, depois é bem mais fácil individualizar e personalizar o processo. A quebra de um paradigma traz implicações exponenciais e muito mais abrangentes do que criar exceções pontuais.
- Evite a gaveta: A gaveta é um cemitério de boas ideias. Muita gente pensa muito e age pouco. Se a ideia te convenceu, corra atrás, deixe-a mais robusta, mais simples, mais sedutora. Leve-a para o mundo real, editada, passe-a adiante, divida com outros cérebros, veja a reação. Algumas ideias parecem ainda melhores quando devidamente aplicadas, outras perdem muito quando adentram o mundo real. A pior das hipóteses e não dar uma chance a algo que parece bom.
- Perceba a resposta: Pior que não ter uma ideia é não reconhecer uma ideia. Atente para seus pensamentos, para seu ambiente, somos bombardeados por pedaços de respostas. Faça as coisas com foco, calma e organização. Valorize o pensamento intuitivo (aquela que aparece dissociado de lógica sequencial), perceba possíveis insights (soluções prontas que surgem das profundezas do nosso cérebro de tempos em tempo), agarre o traço cognitivo da ideia e não deixe ele escapar da memória.