Dislexia: 10 perguntas e respostas
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novembro 16, 2012O cérebro humano é a estrutura mais complexa que se tem conhecimento. A ação dos seus 100 bilhões de neurônios ainda é fruto de muita investigação e descobertas por parte da ciência.
“A avidez pelo entendimento de toda sua engrenagem faz surgir diversos conceitos a seu respeito que não necessariamente representam a realidade, surgindo alguns mitos populares”, afirma Leandro Teles, médico neurologista.
O especialista elucida alguns conceitos presentes no senso comum e diz o que é mito e o que é verdade quando se fala em cérebro humano.
1. Quanto maior o cérebro maior a inteligência.
Mito. O tamanho do cérebro e da cabeça não tem relação direta com a inteligência. A inteligência é fruto da qualidade da conexão entre determinados neurônios e da eficiência de complexas redes neurais. Comparando, por exemplo, o cérebro humano com o de outras espécies fica claro que o tamanho não garante evolução cognitiva. Baleias e elefantes, por exemplo, têm um cérebro muito maior que o cérebro humano e são cognitivamente inferiores. Animais maiores têm crânios maiores e cérebros maiores, um marcador melhor para predizer a inteligência é a relação entre o peso total do animal e o peso do cérebro. Nesse quesito a espécie humana é a que tem o maior cérebro em relação ao corpo.
2. O cérebro do homem é diferente do cérebro da mulher.
Verdade. Por questões anatômicas, hormonais e culturais. O cérebro feminino é um pouco menor e mais leve. No entanto, é superior em atividades criativas, intuição, sensibilidade, linguagem e senso de preservação. Já o cérebro masculino é mais lógico, melhor em percepção visuo-espacial e mais focado. O cérebro masculino desenvolveu melhor habilidades motoras e soluções pragmáticas. Já o feminino desenvolveu melhor o cérebro social, mais hábil para as complexidades dos relacionamentos interpessoais.
3. O cérebro regula a razão e o coração regula a emoção.
Mito. A razão e a emoção são habilidades puramente cerebrais. A razão é uma modalidade do córtex cerebral, uma camada mais superficial e mais nova na evolução. A emoção aflora de estruturas mais antigas e profundas do cérebro. O coração é uma bomba muscular altamente especializada em bombear o sangue para nutrir os órgãos com oxigênio e nutrientes.
4. O cérebro não dói.
Verdade. O cérebro não dói mesmo! Ele é capaz de perceber e localizar desconfortos causados por lesões em praticamente qualquer região do corpo, mas não é capaz de sinalizar insultos ocorridos nele diretamente. Quando sentimos dor de cabeça o que dói são os músculos, os vasos sanguíneos, as meninges (que são camadas que revestem o cérebro), etc… Por esse motivo, em alguns procedimentos cirúrgicos no cérebro o paciente pode até ficar acordado durante a cirurgia ajudando o neurocirurgião no mapeamento das funções cerebrais a serem preservadas na cirurgia.
5. Usamos apenas 10 % da capacidade cerebral.
Mito. Esse número cabalístico é frequentemente citado sem nenhum embasamento científico. O tanto do cérebro que se ativa depende diretamente da atividade que estamos realizando. Durante um dia certamente utilizamos praticamente todas as áreas cerebrais. Para tarefas complexas certamente o envolvimento cerebral é muito intenso e a reserva funcional não superior a 20 ou 30 %.
6. Exercitar o cérebro nos torna mais inteligente.
Verdade. A atividade intelectual fortalece e agiliza as redes cognitivas. Quem é intelectualmente mais ativo está mais protegido contra doenças degenerativas como a doença de Alzheimer, por exemplo. Por isso a dica é sempre vivenciar experiências novas e fazer coisas rotineiras de formas diferentes. Saindo da zona de conforto o cérebro estará sempre obrigado a se exercitar e a manter e até melhorar o desempenho intelectual.
7. O lado direito e esquerdo do cérebro são diferentes.
Verdade. O Hemisfério Esquerdo é o dominante para linguagem (leitura, escrita e fala), é predominante em raciocínio sequencial e lógico. Já o Hemisfério Direito é mais criativo, intuitivo, relacionado a capacidades visuais. Por exemplo, quando pensamos em alguém o lado esquerdo nos mostra o nome, o direito nos mostra a face; no caso de uma música, o esquerdo interpreta a letra, o direito a melodia. Mesmo com essas predominâncias os hemisférios trocam constantemente informações e atuam sinergicamente (cooperativamente) na esmagadora maioria das vezes.