Alzheimer
fevereiro 26, 2016Distimia x Depressão
abril 6, 2016INTRODUÇÃO
A Doença de Parkinson (DP) está entre os principais transtornos neuro-degenerativos da atualidade. Acredita-se que cerca de 1% da população acima de 65 anos seja portador. Isso contabiliza mais de 6 milhões de pessoas pelo mundo. Isso a torna o segundo transtorno degenerativo do sistema nervoso central, atrás apenas da famosa doença de Alzheimer.
A doença se manifesta clinicamente, na maioria das vezes, por volta dos 50 a 65 anos de idade, sendo crônica e progressiva. Existem casos de início mais tardios e mais precoces, mesmo antes dos 40 anos. As formas mais precoces podem se associar a Parkinsonismos genéticos (mais raros).
Trata-se de uma doença neurológica crônica e lentamente progressiva.
SINTOMAS
Na doença de Parkinson os sintomas motores são os mais exuberantes, a forma mais comum traz uma associação de lentificação de movimentos, rigidez muscular e tremor. O paciente apresenta dificuldades progressivas de realizar tarefas que exijam destreza e velocidade. O quadro geralmente começa de um lado do corpo, acometendo o outro lado na evolução do problema.
O tremor é o sintoma mais característico, mais conhecido, apesar de não ser presente em todos, pois existem formas da doença aonde o paciente não treme (Parkinson atremulante, cerca de 15%). O tremor geralmente é de um tipo específico, sendo pior no repouso (melhorando com o movimento), é geralmente lento (cerca de 4 Hz) e piora durante a marcha. Muitas vezes o paciente parece estar contando dinheiro ou enrolando pílulas, dado a característica um pouco rotatória do tremor nas mãos. Outras regiões também podem tremer, como os pés, o queixo e até a cabeça. Agora, existem muitas outras causas de tremor na população, sendo o mais frequente o tremor essencial (uma doença genética, benigna, aonde o tremor é pior na ação e geralmente bilateral).
Para diagnóstico de Parkinson o médico especialista avaliará o tipo de tremor (quando houver) associado aos sintomas adicionais, como a lentificação e a rigidez.
Os pacientes com Parkinson geralmente apresentam alterações características na marcha (jeito de andar). Os passos ficam mais curtos, o tronco mais curvado para frente, os braços tendem a balançar menos em relação ao corpo (redução do balanço passivo) e existe tendência a queda e instabilidade. Por vezes, os pacientes apresentam dificuldade de iniciar o ato motor, hesitando um pouco no começo de uma caminhada.
Muitas vezes, os pacientes descrevam alteração de sua caligrafia, com letras cada vez menores, evento clínico chamado de micrografia. Além disso, nota-se um rosto menos expressivo e fala mais baixa e monótona.
Além dos sintomas motores, portados da doença de Parkinson podem apresentar sintomas como: intestino mais preso, dificuldade em perceber cheiros (hiposmia), distúrbios de sono (agitação), depressão, problemas de atenção e memória, oscilação de pressão arterial, dores musculares, etc. A alteração de olfato é bastante comum, podendo aparecer muitos anos antes
SINTOMAS PRINCIPAIS |
TREMOR DE REPOUSO |
RIGIDEZ |
LENTIFICAÇÃO de MOVIMENTOS |
SINAIS E SINTOMAS MOTORES ACESÓRIOS |
ALTERAÇÃO da MARCHA |
ROSTO MENOS EXPRESSIVO |
MICROGRAFIA |
VOZ BAIXA e MONÓTONA |
SINTOMAS NÃO MOTORES |
HIPOSMIA |
DEPRESSÃO |
SINTOMAS COGNITIVOS |
INTESTINO PRESO |
DISTURBIOS DE SONO |
OSCILAÇÃO de PRESSÃO |
DIAGNÓSTICO
A doença é diagnosticada pela avaliação clínica. A doença não aparece em exames de sangue e exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética. Os exames geralmente são feitos para afastar outras doenças que podem simular o Parkinson, tais como hidrocefalia, múltiplos AVC’s, sangramentos, etc. Muito importante também afastar o Parkinsonismo induzido por medicamentos, que geralmente é mais simétrico, com mais rigidez e parcialmente reversível com a suspensão do medicamento suspeito. As classes de medicamento que podem gerar parkisonismo são: anti-vertigem, remédios para náuseas e medicamentos para psicose e alucinações.
O diagnóstico infelizmente demora muito na nossa realidade médica atual. Os sintomas iniciais podem ser sutis e o paciente deixa passar ou busca profissionais de outras especialidades, tais como ortopedistas.
CAUSAS DA DOENÇA DE PARKINSON
A causa definitiva é ainda desconhecida. Acredita-se, atualmente, que existam fatores genéticos de predisposição associados a eventos ambientais ainda desconhecidos.
O mecanismo da doença é a degeneração de algumas áreas cerebrais, principalmente uma região chamada substância negra, no tronco cerebral. Os neurônios dessa região produzem dopamina, um neurotransmissor muito importante para o controle do sistema motor. Na doença, ocorre acúmulo de proteínas anormais levando à morte e disfunção desses neurônios.
TRATAMENTO
Não existe cura para a doença. Trata-se de um transtorno crônico e lentamente progressivo. A evolução varia muito de caso a caso, existem alguns que evoluem em poucos anos e outros com evolução em décadas. Existem tratamento para a doença e ele é bastante efetivo, principalmente nas fases iniciais da doença.
Existem diversas opções de medicamentos, que podem ser dados isolados ou em associações. Os medicamentos aliviam os sintomas, sem alterar diretamente a evolução da doença. A maioria é dada pelo SUS.
Além de medicamentos para o quadro motor, são por vezes necessários medicamentos para os sintomas associados, tais como distúrbio de sono, depressão, etc.
Associado ao medicamento é fundamental a indicação de fisioterapia especializada (neurológica), fonoterapia (casos selecionados) e mesmo TO e psicólogos, sendo essa indicação também a depender de cada caso.
TRATAMENTO |
Medicamentos quadro motor |
Medicamentos sintomas associados |
Fisioterapia especializada |
Fono / Psicologia / TO |