Dor de cabeça, de que tipo é a sua?
novembro 13, 2012Nem tudo que treme é Parkinson
novembro 13, 2012O Acidente Vascular Cerebral, conhecido popularmente como “derrame”, é um evento neurológico extremamente agudo e potencialmente grave. Deve ser prontamente reconhecido a fim de minimizar o risco de vida e seqüelas grave.
QUAL O PERFIL DO PACIENTE COM MAIS RISCO DE AVC?
O paciente em maior risco de ter um AVC é aquele com mais de 50 anos e com fatores de risco cardiovasculares:
– Diabetes /Colesterol Alto / Hipertensão Arterial Sistêmica / Obesidade / Tabagismo / doenças cardíacas com ICC (insulficiência Cardíaca Congestiva) ou arritmias (principalmente fibrilação atrial) / etc…
A presença dessas patologias exige atenção especial a esses pacientes. Todos os fatores de risco reversíveis devem ser monitorados e controlados. Eventualmente é necessário associar ao controle dos fatores de risco alguma medicação protetora (por exemplo antiagregantes ou anticoagulantes).
QUAIS OS TIPOS DE AVC?
Existem basicamente dois tipos de AVC = o Isquêmico (AVCi) e o Hemorrágico AVCh).
O isquêmico ocorre por entupimento de alguma artéria que nutre determinada região do cérebro. É bem mais comum que o hemorrágico (cerca de 80% de todos os AVC´s). Pode ocorrer um qualquer região do cérebro.
O hemorrágico ocorre por ruptura de alguma artéria cerebral. Cerca de 20 % doa AVC´s são hemorrágicos. Geralmente estão associados a hipertensão arterial mal controlada.
COMO RECONHECER UM AVC?
O AVC é um evento repentino. O paciente está bem e em alguns segundos apresenta um déficit neurológico instalado. Qualquer parte do cérebro pode ser afetada. Os sintomas mais comuns são perda de força ou de sensibilidade em metade do corpo. Pode ocorrer dificuldade de fala, desvios da boca, alteração de coordenação motora, desvios dos olhos, alterações da visão (escurecimentos, visão dupla, etc…).
Virtualmente qualquer alteração neurológica de instalação repentina pode ser um Acidente Vascular!
O AVC é uma emergência médica. Ao menor sinal o paciente deve ser levado imediatamente ao pronto socorro aonde receberá os primeiros socorros e em caso de necessidade um neurologista dará seguimento ao caso.
QUE DOENÇAS PODEM SIMULAR UM AVC?
Algumas doenças podem simular um quadro de AVC, por exemplo: hipoglicemia (glicose baixa no sangue), quadros de enxaqueca (antes da dor podem surgir sintomas neurológicos focais e reversíveis), alguns tipos de epilepsia, entre outras.
Outra possibilidade diagnóstica é o AIT (Acidente Isquêmico Transitório). O AIT é um AVC que não se consolidou. A definição é um fenômeno neurológico tal qual um AVC que não se mantém por mais de 24 horas e não gera alteração definitiva na Ressonância Magnética (a despeito desta definição os sintomas do AIT raramente duram mais que 1 hora). Os paciente com AIT devem ser abordados e investigados tal quais os paciente com AVC, uma vez que está em risco de ter uma lesão definitiva.
COMO DIFERENCIAR UM AVC ISQUÊMICO DE UM AVC HEMORRÁGICO?
Clinicamente é muito difícil, ambos causam sintomas neurológicos agudos. O exame de escolha para essa distinção é a Tomografia de Crânio sem Contraste ou a Ressonância Nuclear Magnética de Crânio (a tomografia é mais acessível a essa fase do atendimento).
QUAL O TRATAMENTO DO AVC?
O tratamento do AVC é complexo e depende do paciente em questão e do contexto clínico.
No caso do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico a chegado do paciente ao Pronto Socorro de alta complexidade em menos de 3 horas do início dos sintomas o coloca no rol dos pacientes que podem ser selecionados para receber medicação endovenosa para tentar desobstruir a artéria em questão e melhorar o resultado neurológico (essa medida não é possível em todos os pacientes, dependendo de uma série de fatores que são avaliados caso a caso). Por isso a velocidade de reconhecimento e estruturação do sistema de transporte e referência entre hospitais de baixa e alta complexidade é fundamental na fase aguda do AVC.
De modo geral os pacientes com AVC são internados, são monitorizados e submetem-se a controle de sinais vitais, medicações específicas e exames que visam elucidar a causa do evento e delimitar o planejamento para evitar complicações ou mesmo novos AVC´s. Após a alta o tratamento visa prevenção e reabilitação. É necessário seguimento neurológico estrito, além de trabalho fisioterápico e fonoterápico em casos selecionados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como muita coisa em medicina a principal estratégia é a prevenção. Hábitos saudáveis de vida, controle adequado de fatores de risco e seguimento médico regular são as principais estratégias contra o AVC.
Uma vez ocorrido um evento agudo, o reconhecimento rápido e a busca pelo serviço de saúde são os passos iniciais para minimizar a taxa de mortalidade e o impacto das seqüelas neurológicas.
Após a fase aguda a estratégia vira o foco na reabilitação neurológica e na prevenção de novos eventos.